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Anti-gender turn in politics and public globally: new forms of organizing against the crackdown on women's rights in the world

By 14 de Outubro, 2019 Março 14th, 2020 No Comments

Anti-gender turn in politics and public globally: new forms of organizing against the crackdown on women’s rights in the world

O encontro internacional “Anti-gender turn in politics and public globally: new forms of organizing against the crackdown on women’s rights in the world” teve lugar no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, de 8 a 19 de julho de 2019. Realizado em parceria com a ONG Promundo-Portugal e o Ivanovo Center for Gender Studies (Federação Russa), o encontro trouxe ao CES cerca de 30 académicos/as, estudantes e ativistas da Federação Russa, da Ucrânia, da Arménia, do Cazaquistão e do Quirguistão.

Durante duas semanas as participantes analisaram o impacto do crescimento dos populismos e das extremas-direitas nos direitos e no bem-estar das mulheres e das pessoas LGBT e os consequentes retrocessos nas lutas pela igualdade de género: disseminação de movimentos anti-feministas, dos quais o combate à“ideologia de género é uma das principais expressões; fortalecimento de políticas misóginas neoconservadoras em áreas como direitos reprodutivos, autonomia sexual e violência doméstica; contestação à presença de estudos de género no ensino e seu banimento de várias instituições académicas.

O encontro não se limitou a ser um espaço de análise; foi também uma oportunidade para ativistas de geografias marcadas por memórias e legados de conflitos e violência trocarem experiências, articular em lutas, criarem e fortalecerem redes e iniciativas comuns. Destacou-se a convicção de que a resposta feminista passa por iniciativas e programas educativos visando a promoção de masculinidades não-violentas (manuais, workshops, flashmobs), pelo investimento na alteração ao quadro legislativo (defesa de licença de paternidade, casamento para pessoas do mesmo sexo, criminalização do assédio sexual),pela atenção a questões socioculturais (publicidade, TV) e pela luta por serviços médicos e sociedades livres de conflitos militares.

O encontro contou com a ação de formação “Illicit Financial Flows: What They Are and How They Influence Households’ Economy” (Olga Shnyrova e Alexandra Kolesnikova / Ivanovo Centre for Gender Studies) e os seminários “Feminist strategizing in the conditions of anti-gender turn: regional aspects” (Nina Potarska/ Women’s League for Peace and Freedom, Ucrânia, Almut Rochowanski/ PeacebuildingUK, Janette Akhilgova/ ONG “Razvitie»), “Anti-gender turn globally: new agenda of feminism and gender studies” (Anna Temkina/ Universidade Europeia de São Petersburgo) e “Non Violent Masculinities: how to work with men for gender equality?” (Tatiana Moura, Sofia José Santos, Júlia Garraio/ CES, Linda Cerqueira, Milena do Carmo/ Promundo).

O último dia foi dedicado à mesa redonda “Crossnational strategies and campaigns. Feminist reply to anti gender turn”, com a apresentação dos projetos dos/as participantes de análises da situação nos seus países de origem e propostas de ativismo.

A comissão organizadora contou com Tatiana Moura, Júlia Garraio e Olga Shnyrova. O encontro foi realizado no quadro de atividades de quatro projetos em curso no CES: EQUI-X Promoção de estratégias inovadoras para a construção de identidades de género e para o envolvimento de homens e rapazes em modelos de masculinidades não violentas (ref. 776969), PARENT Promotion, Awareness Raising and Engagement of Men in Nurture Transformations (H2020, ref. REC-RDAP-GBV-AG-2017), DeCodeM (De)Coding Masculinities: Towards an enhanced understanding of media’s role in shaping perceptions of masculinities in Portugal (FCT, ref. PTDC/COM-CSS/31740/2017) e (DE)OTHERING – Deconstructing Risk and Otherness: hegemonic scripts and counter-narratives on migrants/refugees and “internal others” (FCT, ref. POCI-01-0145-FEDER-029997). Contou com o apoio da Oxfam, da Rosa Luxemburg Stiftung e.V. (Alemanha) e do Centre for Peacebuilding and Community Development (UK).