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Silêncio e invisibilidade no movimento ambientalista e climático: representações mediáticas de cor, etnia e género no movimento

By 26 de June, 2020 No Comments

Silêncio e invisibilidade no movimento ambientalista e climático: representações mediáticas de cor, etnia e género no movimento

Artigo de opinião escrito por Carlota Houart a 12 de junho de 2020 para o Jornal Mundus, sobre representações mediáticas de cor, etnia e género no movimento ambientalista e climático.

“É difícil imaginar que alguém esteja indiferente aos acontecimentos recentes e presentes nos Estados Unidos, na sequência do assassinato de George Floyd e dos protestos contínuos contra a violência policial e a discriminação racial no país. Na última semana gerou-se uma onda de atenção pública às questões do racismo, da opressão e da violência racial, uma onda que não tardou a galgar fronteiras geográficas e a atingir o Brasil, Dinamarca, França, Alemanha, China, Irão e muitos outros países onde tem havido protestos antirracistas de maiores ou menores dimensões. As redes sociais online têm fervilhado com a hashtag #blacklivesmatter, e as pessoas brancas têm sido instigadas a informar-se sobre o significado de privilégio branco e a posicionar-se perentoriamente contra as estruturas de opressão, discriminação e marginalização que estão tão enraizadas nas nossas sociedades. Enquanto mulher, branca e Europeia, com um grande interesse na crise ambiental global, e enquanto ativista climática, os acontecimentos que se têm desenrolado ultimamente fizeram-me pensar sobre como o movimento ambientalista e climático é, ele próprio, profundamente influenciado e afetado pelos paradigmas do colonialismo, do racismo, do patriarcado, do capitalismo e, sobretudo, da interrelação entre eles. Não pude deixar de notar como a opressão, o silenciamento e o ato de tornar invisíveis pessoas e grupos não-brancos nos nossos países Ocidentais (enquanto legado persistente de uma história colonial com 500 anos) estão também extremamente presentes neste movimento, e como isso está em parte ligado ao papel dos media e das representações que veiculam e que invisibilizam.”

Link para o artigo aqui.